17.3.07

Parte três - É com esse que eu vou

“Tudo passa, tudo passará...”. Quarta, 21 de fevereiro, começo da tarde. A freeway, definida como “monótona” pelo meu anfitrião, nos guia na volta a Porto Alegre. O campo eólico de Osório continua hipnótico e todos nós observamos as hélices brancas. Pouco mais de hora e meia e estávamos no centro da cidade, depositando as malas no apartamento do Janio, espaçoso, convidativo e muito agradável. Não sei bem porquê, mas a Maria-Lavadeira atacou novamente e fui ao estranho tanque instalado na área de serviço. Era um retângulo; o apoio para as roupas é perpendicular ao chão. Enquanto lavava meus panos, me lembrei de Fernando, o amigo virtual que fiz e prometi conhecer pessoalmente. A ansiedade veio e se manteve.

Seria o segundo amigo à distância que eu conheceria ao vivo, e tão inteligente e espirituoso quanto Janio. Pior: Fernando é escritor e artista plástico; o tipo de pessoa que me assusta. O que posso dizer e pensar perto de um homem culto? Resolvi esfregar meu jeans com mais vigor e não sofrer por antecipação.

Mais tarde, durante o almoço, marcamos o ponto de encontro por telefone: a entrada do shopping da Rua da Praia. Mascava meu bife cuidadosamente enquanto Janio me tranqüilizava.É engraçado como eu me sinto bem perto desse menino. Podíamos ficar em silêncio, falar qualquer coisa e nunca conseguiria me sentir inadequado perto dele. Era como ficar perto de um irmão. Definitivamente o conheci no momento certo de minha vida; não sei se aproveitaria esse convívio virtual e real aos meus 25 anos, o período mais negro de minha biografia (sombrio o escambau, esse lance “politicamente correto” é uma tremenda babaquice).

Banho, roupas limpas e calor. Deus, como Porto Alegre é quente! Com desejos de boa sorte caminho até a rua da Praia, também conhecida como rua dos Andradas (não me pergunte, sou apenas um turista). Não deixo de ficar impressionado comigo mesmo: quatro anos se passaram e ainda me lembro como chegar até lá. E lá chegando espero. Curta espera; em menos de quinze minutos Fernando vem em minha direção, braços abertos e sorriso fácil. Os medos imbecis foram expulsos a porrada.

Fernando é 115% gaúcho. Além de nascido na capital, usa e abusa das famosas interjeições “bah” e “tchê” com a naturalidade com a qual digo “trem” e “cremdeuspai”. Seus 57 anos foram bem aproveitados e vividos, pois sua retórica é clara e seus olhos brilham ao falar. Enquanto tirávamos o pó da distância – afinal, era a primeira vez que conversaríamos ao vivo, sem a distância que o computador nos impunha – num papo superficial, já foi decidido: já que estávamos no centro, que fôssemos aos pontos turísticos do centro.

O principal empecilho era a semana em que estávamos. Durante o carnaval não há espaço para a chamada “vida cultural”, se a cultura não vier acompanhada de teleco-teco, balacobaco e ziriguidum. Ou seja, nada de Santander Cultural. Mas o MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul) não acompanha o rufar dos tamborins e exibia uma interessante mostra de fotos em preto-e-branco do francês Pierre Verger. Ele captou instantes brasileiros muito expressivos em meados do século passado: festas, pescas e rituais afro-brasileiros em diversos estados. As exposições permanentes mostravam esculturas, instalações e pinturas. O ponto negativo foi a ausência do ar condicionado, que, segundo uma das funcionárias, estava em manutenção.

Próxima parada: a igreja matriz. Linda, para ficar no comentário óbvio. Os vitrais, a abóbada, a nave. O cheiro de madeira é o cheiro do tempo. Fernando me conta uma passagem intransigente de um cardeal, que não cabe a mim dizer aqui, pelo menos por enquanto, e ilustra o porquê de certos pensamentos que ele tem. Nos confessionários, a lembrança de minha primeira comunhão e do padre Guedes.

Praças e estátuas. Ruas sinuosas e aclives (Fernando as chama de lombas). O Guaíba ao fundo, ao lado e em frente. Enquanto víamos o banco onde Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade discutiam a eternidade em bronze, Fernando decidiu que me hospedaria. Dois segundos de hesitação. Vasculhei os bolsos, as chaves do apartamento do Janio soaram. Aceitei.

O apartamento dele fica na zona sul (puxa, ninguém mora mais em casa térrea?). A acolhida foi calorosa e não demorei a me sentir bem. O quarto onde eu fiquei tinha ao longe a paisagem urbana que um dia teve o Guaíba no horizonte. Na janela da sala, uma sibipiruna (é uma sibipiruna mesmo, Fernando!) recebia pássaros e dava sombra. Nas paredes, os quadros a óleo, guache e outras técnicas feitas por ele, inclusive arte feita na planilha de texto Word. Na sala, livros, muitos livros... e um dicionário Aurélio! Pude confessar que a visita ao MARGS foi a primeira vez que visitei um museu. Estranho, já que o MASP fica a 100 km de minha cidade. Talvez eu seja um paulista sem convicção.

A rotina dos quatro dias restantes de minha semana foi quente (nas palavras de Fernando, “bah, mas que calor, tchê!”) e repleta de passeios a bairros e shoppings. Almoçamos sós ou acompanhados dos amigos dele, absolutamente simpáticos. Caminhamos pelo calçadão que margeia o estuário Guaíba, que tem o descalabro de ser mais tranqüilo do que o do parque ecológico de Indaiatuba. Visitamos a Livraria Cultura, onde quase me esqueço que sou um sujeito honesto e tive ganas de sair correndo com um Aurélio e as edições encadernadas de Sandman debaixo do braço. Dividimos o vício por café em cafeterias muito aconchegantes. Tomamos chuva. Falamos sobre tudo. Tudo.

Deixei uma de minhas “primeiras vezes” para Porto Alegre de propósito. Fomos eu e meu novo anfitrião a uma churrascaria degustar um espeto corrido – o rodízio para os cidadãos acima do Trópico de Capricórnio – e não me arrependi por ter deixado para fazer isso quase aos quarenta anos. Numa palavra: sen-sa-cio-nal! O carnívoro em mim ficou plenamente satisfeito. Só restou uma dúvida: como sou uma nulidade no que se refere a conhecimento de corte de carne – se você me disser que determinado corte é picanha, alcatra ou coxão mole, acredito – fiquei sem saber que corte de carne os gaúchos chamam de vazio...

Mas isso é uma digressão. Falava da rotina. E mais uma vez me senti dentro de um comercial de margarina. No café, retirar a fruteira e o cinzeiro em forma de camelo da mesa – Fernando deixou de fumar há cinco anos, muito bem! - e colocar a toalha; aquecer o leite, dispor pão, margarina, requeijão, café solúvel e talheres sobre a toalha; conversar sobre arte, quadrinhos, vida, morte, religião, Jack Kerouac, Manoel Carlos e o que desse na telha enquanto comíamos. No fim, retirar a mesa, enquanto a hierarquia da limpeza é determinada: ele lavava, eu enxugava; ele guardava os alimentos, eu, a louça e os talheres. E conversávamos. Sobre filhos e netos, pais e avós, amores e decepções, orgulho e esperança. Tudo. Tudo.

Um pequeno ato escancarou a alma de meu anfitrião e mais novo querido amigo. Estávamos durante a letargia após o almoço, quietos, ouvindo a Guaíba FM quando um piano introdutório o deixou em estado de alerta. Quando Elis Regina começou a cantar, ele simplesmente e apaixonadamente acompanhou nota por nota o curso da canção: “É com esse que eu vou sambar até cair no chão,/ é com esse que eu vou desabafar na multidão...”. Como não ser amigo de um homem que é fã de Elis e de Cássia Eller, um dos objetos de nossas conversas?

“Tudo passa, tudo passará...”. O sábado, dia 24, chegou; o dia de comprar as passagens de volta. Hora das despedidas; no apartamento do Janio, dois presentes: um livro e um abraço. Como um bocó, desando a chorar de saudade. Foi um choro tão genuíno que me assustou. Por conta disso pedi um favor para o Fernando: uma hora antes de minha partida, durante os preparativos, que ele tocasse o CD “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”. Foi salvador: entre “Eu sou terrível” e “Quando” eliminei as lágrimas, entrei no carro e fomos para a rodoviária.

No caminho, reiteramos a amizade com palavras corretas. Poucos silêncios, e a noite seguia calma. Porto Alegre na penumbra também é atraente, entrecortada pelos faróis dos carros e silhuetas de prédios e estátuas. Perto do estádio Beira-Rio, não pude deixar de notar como a luz deixa a construção linda.

Despedidas são tristes e promissoras ao mesmo tempo. Deixei para trás as lembranças de uma semana inigualável, um abraço paternal e o compromisso da volta. O aceno de mãos na janela e o sorriso que trocamos quase anularam o efeito Roberto Carlos. Quase. O motor do ônibus e a tagarelice dos passageiros dos bancos da frente fizeram a Rádio Neural selecionar “Encontros e despedidas” na voz de Maria Rita. “Coisa que gosto é poder partir sem ter planos, / melhor ainda é poder voltar quando quero...”.

Chuva na pista em Santa Catarina. Os restos do que foi um Vectra no acostamento. Araucárias. Hortênsias. A duplicação da pista. Não me permiti ver o tempo nem os estados passarem. Só senti que estava em São Paulo quando na última parada ouvi a Educadora FM de Campinas nos alto-falantes.

Terminal Tietê. Na ida tinha testemunhado o caos humano causado pelo feriado. Na volta, o caos causado pela chuva. Tudo aquilo que eu via no conforto de meu sofá em imagens aéreas pude testemunhar ao vivo, ainda que a uma distância segura: os pontos de alagamento, o trânsito parado. Como eu disse, a semana das “primeiras vezes”.

Dei às nuvens o prazo de hora e meia. Tempo suficiente para namorar revistas (comprá-las, nunca mais), comer um saudabilíssimo Jesus-me-chama chique e tomar um capuccino. Quando tudo aparentemente se acalmou, finalmente pedi: “uma para Indaiatuba, janela, por favor”.

Já era noite quando finalmente dei as caras em casa. Enquanto desfazia a mochila e me preparava para mais um dia no posto de saúde, tive uma epifania. Ao me ver de volta à “minha” rotina indaiatubana, descobri enfim que sentimento aparentemente inexplicável era aquele que me assolou em Tramandaí e em Porto Alegre com meus amigos. Aquela alegria por algo, aquele calor humano, aquele chorar de bobo alegre.

Pela primeira vez me senti fazendo parte de uma família.

Parte dois - Um vento bom

Foi a semana das “primeiras vezes”. Na noite de domingo, 18 de fevereiro, estava dentro do carro do Álvaro, ouvindo o som dos pneus sob as pedras – Janio disse que eram fragmentos de basalto – e olhando freneticamente as casas de madeira. Numa delas o portão se abre e entramos. É uma viagem pela história; 50 anos, firme e saudosa dos filhos que brincaram, dos cafés da manhã tardios e dos preparativos para a praia.

A casa fica na cidade de Imbé-RS, que já fez parte de Tramandaí antes da emancipação. Na entrada da cidade há uma imagem estilizada de um boto, que, segundo Janio me disse, guiam os pescadores aos cardumes de sardinha. Desenhei uma imagem mental pífia, nocauteada pela visão de homens com água até a cintura com varas, tarrafas e um instrumento estranho nas mãos pescando no rio Tramandaí. Mas voltemos a casa.

Rapidamente fui acomodado em um quarto. A mochila foi depositada no chão e minha voz nos ouvidos dos meus dois anfitriões. É agradável conversar com pessoas inteligentes e bem humoradas e isso fez com que o cansaço da viagem fosse simplesmente esquecido. Fui convidado a fazer uma pequena caminhada por Tramandaí na noite quente, porém agradável. Atravessamos a ponte sobre o rio, ainda com pescadores. Pela arquitetura do entorno da ponte, tudo foi pensado para a acomodação dos pescadores; passagens ao lado da ponte, mirantes na beira do rio. As curvas sinuosas das redes jogadas com precisão pelos pescadores dançam até caírem em harmonia no espelho d’água.

No que me pareceu a principal avenida de Tramandaí, a multidão fervia. Fantasias, música alta e animação. O tal carnaval. Desviando de transeuntes e de jatos de espuma comprimida de foliões muito empolgados, observávamos, eu e Janio, todo aquele frêmito com olhos quase antropológicos. Ele conseguia diferenciar os sotaques gaúcho e catarinense com uma facilidade que só o hábito explica, além de iluminar alguns aspectos obscuros aos olhos de um paulista caipira dos “usos e costumes” daquele lugar.

Na volta, alta madrugada, um boa-noite e os preparativos para desmaiar. Me dirijo ao quarto que por três dias será meu. Pela primeira vez tive um quarto “inviolável”, com uma porta que o separa das áreas comuns. Meus quartos ou eram comunitários (já dormi com irmãos, tios, avós, primos e primas... mas cada um em sua cama, catre ou colchonete, seres maldosos!) ou era parte do caminho entre cômodos, como hoje. Quando fechei a porta, respirei fundo essa sensação de privacidade inédita. E dormi um de meus sonos mais profundos e revigorantes.

Ao abrir os olhos, não me senti estranho. Eu, bicho do mato, antes tão envergonhado em ficar perto de qualquer pessoa, estava à vontade naquela madrugada. Madrugada, sim; acordar às 6:45 em pleno gozo de minha folga é acordar com as galinhas, embora não houvesse nenhum galináceo por perto. Meus anfitriões dormiam o sono dos justos e caminhei calmamente pela casa, observando os detalhes que fazem de uma edificação um lar, ainda que provisório. A luminária colorida, as janelas que se abriam graças à habilidade do dono – pequenos macetes comuns. Ou você vai mentir para mim, dizendo que não dá três tapinhas para destravar algo ou coisa parecida em sua casa? – e o ceder do piso de madeira perto de uma mesinha; me sentia como Godzilla tremendo Tóquio a cada passada. Na cozinha, lembranças de uma época distante em reproduções de cartazes de cinema e propagandas. De repente baixa em mim a Maria-Lavadeira e decido ir ao tanque – imaginando que haja um tanque no quintal.

Flores vermelhas e um céu meio azul, meio cinza me recepcionam. O ar está leve, o silêncio é acolhedor. Minhas roupas sujas me esperam. Quando o sabão e a água formam a espuma, minha garganta dá voz à minha Rádio Neural. Me senti tão à vontade que me esqueci onde estava. Sorte que meus anfitriões são muito pacientes e amigos.

Por falar neles, eles sim estavam com o espírito da folga: acordaram depois das 9, muito relaxados e iniciaram a liturgia da manhã: aquecer o leite, arrumar a mesa com um jogo americano amarelo, xícaras, facas e colheres, dispor os acepipes matinais. Aqueles movimentos me fascinaram; pela primeira vez eu fazia parte de um ritual “comercial de margarina”.

Como se não bastasse, experimentei (e gostei muito!) uma iguaria cuja fama a precedia, porém não existe acima do Trópico de Capricórnio: a cuca. Estava aqui tentando descrevê-la ao meu paladar paulista, fazendo alguma analogia e o melhor que consegui fazer é comparar a massa a um pão-de-ló mais pra pão do que pra ló (não me pergunte o que isso significa, por favor), coberta com uma... farofa de açúcar, ou algo assim e recheada com delícias calóricas. Abacaxi, coco e mu-mu. Aí você, que não é gaúcho, me pergunta: o que cazzo é mu-mu? Pois essa definição de doce de leite sofre da mesma contaminação que nos faz chamar lâmina de barbear de Gillette e esponja de lã de aço de Bom Bril, entendeu? Achei uma graça.

O tempo não queria colaborar com meu primeiro encontro com o mar, mas meus amigos são gaúchos e não desistem nunca. Após o café, lá fomos nós. Primeiro comprar algo decente para usar na orla, claro. Não que eu fosse usar sunga. Eu e essa peça do vestuário sofremos de incompatibilidade estética. Mas enfim...

O mar. A primeira vez veio cinza, com marolas contínuas e inquietas. O horizonte líquido era infinito, não era possível que nosso planeta tivesse o nome inadequado de Terra. O som lambe os ouvidos e acalma. Quando vi a água deslizar sobre a areia fina, a Rádio Neural me lembrou de uma canção interpretada por Ney Matogrosso: “o mar passa saborosamente a língua na areia...”. O mar é tudo o que os poetas e cronistas disseram; aliado a isso, a companhia de meu querido amigo dividindo o som das ondinhas e de nossas vozes. Chuva? Tempo “feio”? Momentos como esse transcendem picuinhas climáticas.

Andamos até onde o rio Tramandaí deságua no oceano Atlântico. A “última parte” do rio é rasa, pescadores ficam dentro dele com água até a cintura, no máximo. Um desfile de redes sendo abertas e senhores jogando uma estranha rede em formato cônico amarrada em um grosso bambu. Abordo um deles, que me explica que está “brincando de coca”. Essa tal coca é jogada inúmeras vezes e captura sardinhas (foi o único peixe que vi sendo pescado) numa quantidade pequena, o que justifica o título de brincadeira dado àquele formato de pescaria.

Pena que a chuva não nos permitiu ser mais livres. Porém minha felicidade estava a poucos palmos de distância. Numa rede, para ser mais exato. Nunca tinha me deitado em uma, por um medo besta de cair. Não me sentia confortável deixando meus pés no ar, sem que me apóiem. O dono da casa me ensinou a deitar em uma e na manhã do segundo dia em Tramandaí (tá bom, seus chatos, Imbé!) pus em prática as lições. Sentar, se soltar, deitar. O frio na barriga foi diretamente proporcional ao prazer de balançar sobre o piso. Tudo embalado por uma música do Leoni que conheci graças ao Inagaki, “Melhor pra mim”. Maldita Rádio Neural! Mais uma pra lista de músicas que me fizeram chorar!

Nos três dias de minha estada, senti algo que não consegui verbalizar ou exprimir. Na caminhada que fizemos, no descascar e fritar das cebolas para o molho do macarrão (Janio é um baita cozinheiro!), quando almoçamos ao som da “Primavera” das Quatro Estações de Vivaldi, quando assistimos “Durval Discos”, quando pacientemente meus anfitriões me ensinaram a jogar lambe-lambe, ao falarmos bobagens necessárias ao nosso bem estar, nas louças lavadas e secas, nas confissões. Eu, que gosto de precisar com retórica mais ou menos apurada tudo o que sinto, mesmo impreciso e superficial, não conseguia falar que espécie de felicidade era aquela que estava sentindo. Achei que fosse o mar e seu feitiço. Ou a morte da saudade que sentia de meus amigos.

Era algo mais. Algo novo. Mas eu estava feliz demais para analisar.

(Um adendo: quase chamo essa segunda parte de “Eu vou fazer um leilão”, graças ao ohrwurm que infectou Janio.)