2.9.06

Loucura, loucura, loucura!

Não leio nada de importante há uns cinco anos. Para quem não saía da biblioteca municipal sem um livro, me tornei um velho leniente com minhas "obrigações literárias". Certo, nunca passei a fronteira intelectual dos best-sellers da minha época, mas que eu vivia com um livro nas mãos sempre que possível, vivia. Agora a situação é outra.

Não tenho mais meu cantinho de leitura, ou seja, qualquer lugar de minha casa ou da cidade silencioso o suficiente para concentração. Em casa meus sobrinhos comandam a fuzarca; os adolescentes berram e ouvem rap e pancadão, as crianças brincam felizes. Fora dos muros do meu lar os neo-vendedores de pamonha e a poluição sonora dos carros, pessoas e coisas não deixam espaço para que possamos contemplar sequer a beleza do dia, que dirá um livro.

Ontem, contudo, ao chegar em casa depois da chuva, minha irmã desencava dois livros que tinha esquecido que tinha: "O Perfume", de Patrick Süsskind e " A Rua das Ilusões Perdidas", de John Steinbeck. Estava me lembrando disso durante minha caminhada quando parei numa banca para comprar uma revista qualquer e vi um display com livros de bolso da L&PM. Ao invés de comprar a tal revista, comprei "Elogio da Loucura" de Erasmo de Rotterdam.

É minha versão de "de suco de uva para crack, sem escalas". Desejem-me sorte!

Nenhum comentário: